Paraíba terá projeto piloto de laboratórios de informática em presídios
O Sistema Prisional da Paraíba será o primeiro no País a receber projeto piloto do Instituto Humanitas 360 com a implantação de laboratórios de informática nas 64 penitenciárias e cadeias para ensino à distância a pessoas privadas de liberdade, para os policias penais e demais servidores da Secretaria da Administração Penitencária (Seap), incluindo graduação e pós-graduação. Os apenados também utilizarão os tablets e notebooks enviados pelo Humanitas, por meio de cessão, para as visitas virtuais de familiares. O projeto é o Lab 360. A previsão de funcionamento é fevereiro de 2021 com instrutores bolsitas de universidades.
A parceria do Instituto Humanitas 360 com o Governo da Paraíba, por meio da Seap, envolve ainda o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Tribunal de Justiça da Paraíba. O Humanitas é uma ONG dos Estados Unidos com sede também no Brasil, em São Paulo. “O laboratório equipado vai ser o protótipo da iniciativa, o primeiro no Brasil, criado na Paraíba, onde a gente vai viabilizar o ensino, a formação, testes metodológicos, inovação científica e esse laboratório composto por pessoas privadas de liberdade vai ser expandido para todo território”, destacou Higor Cauê, gerente jurídico do Instituto Humanitas 360.
Na tarde dessa sexta-feira (11), ocorreu reunião na Seap quando os projetos do Humanitas foram apresentados. O secretário Sérgio Fonseca avalia que as parcerias firmadas pela Seap estão fortalecendo os projetos de ressocialização e afirmou: “o Humanitas 360 se apresenta como um dos parceiros mais fortes que vamos ter aqui no sistema prisional. Nós já recebemos 95 notebooks, 90 tablets e chegarão mais para proporcionar cursos à distância para nossos policiais penais, demais servidores e para as pessoas privadas de liberdade. A cooperativa social das mulheres, outro projeto do Humanitas, é algo significativo e os frutos serão colhidos a médio e longo prazos, sobretudo na diminuição da reincidência criminal que é o grande objetivo do Governo do Estado da Paraíba, cuidar das pessoas que mesmo em dado momento tenham cometido um crime, elas possam estar retornando para a sociedade da melhor forma possível”.
Cooperativa social – Uma outra ação será a cooperativa social que vai ser instalada numa das quatro unidades prisionais femininas do estado. Higor Cauê visitou as unidades prisionais femininas de Patos, Campina Grande e João Pessoa para gerar um relatório e a Organização Não Governamental escolher em qual delas funcionará a cooperativa social de mulheres do sistema prisional, “que tem inicío no regime fechado e vai até a liberdade das mulheres podendo agregar valores e constituindo meios de renda, mas, além disto, tirar elas da desvantagem social para construção de oportunidades econômicas viáveis e sustentáveis e principalmente a mudança de paradigma”. As reeducandas se tornarão mulheres empreendedoras. A cooperativa deve começar a funcionar em fevereiro próximo. Será contratado um profissional para gerenciar a cooperativa, além de professores de bordado, costura, crochê.
No presídio feminino a ser escolhido, será criada a Casa Tereza, um dos projetos do Humanitas 360, que é uma loja física para venda dos produtos da cooperativa, mas também um ambiente psicossocial. Para isto o instituto contratará equipe multidisciplinar, “para que tudo aconteça de fato como um meio de garantir para a pessoa privada de liberdade que ao sair da prisão ela consiga ter assistência ao trabalho, à educação, a um processo formativo de qualidade e de identificação cultural e mudança de vida”, explica Higor Cauê. Ele acrescentou que das prisões também saem coisas positivas e que as pessoas estão sendo transformadas. O principal é culminar a ressocialização, evitando a reincidência criminal, tornando-se um modelo de empreendedorismo cívico-social para o Brasil, pontua o executivo do Humanitas.
Higor Cauê parabenizou a Seap pelo processo de engajamento dos policiais penais e demais servidores, profissionais treinados e capacitados. E ressaltou: “Nós estamos entrando no estado da Paraíba com muita alegria e satisfação de poder contar com a parceria desse governo que está posto como um dos govenos mais transparentes e que tem viabilizado parcerias incríveis”. Entre quarta e sexta-feira ele visitou as penitenciárias femininas e esteve acompanhado do gerente executivo de Ressocialização, João Sitônio Rosas. Na Penitenciária Júlia Maranhão, na capital, a diretora Cinthya Almeida mostrou a oficina Castelo de Bonecas, projeto de sucesso que é reconhecido nacionalmente.