Amazônia corre risco de virar savana, diz novo indicador de relatório da ONU
O ranking global feito anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU) neste ano inclui um novo indicador, o Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado às Pressões Planetárias (PHDI). Esse índice é um número ajustado do IDH de acordo com o nível de emissões de dióxido de carbono e de pegada de material per capita (volume de recursos naturais usados pela população). De acordo com a ONU, o índice deve servir como incentivo para a transformação. O PHDI do Brasil é de 0.710, ocupando a 74ª posição no ranking mundial.
De acordo com o documento, a Amazônia corre o risco de se transformar de floresta tropical em uma savana com o aumento da devastação causada principalmente por incêndios e mudanças de uso das terras. “Em 2018 e 2019, a Bolívia e o Brasil vivenciaram grandes perdas florestais – a Bolívia devido a incêndios e à agricultura em larga escala e o Brasil principalmente pela exploração madeireira e desmatamento para outro uso das terras”.
Um dos trechos do relatório destaca a importância da conscientização da sociedade para a preservação do meio ambiente. Mesmo com 78% das pessoas em todo o mundo concordando que sustentabilidade é importante, as ações concretas para proteger recursos naturais ainda são escassas.
Para a ONU, existem “incentivos que trabalham de forma subconsciente contra os valores das pessoas”, como empresas que criam a percepção de novas necessidades sociais com investimentos de bilhões de dólares em marketing para supostos novos produtos “essenciais”. No Brasil, o valor investido em marketing por apenas duas empresas – não citadas nominalmente no documento -, de US$ 1.48 bilhão, é quase oito vezes maior que o orçamento integral do Ministério do Meio Ambiente.
Estadão Conteúdo