Conheça a brasileira que vai apitar o Mundial de Clubes
O Mundial de Clubes da Fifa de 2020 se aproxima e, nesta segunda-feira (04), a entidade máxima do futebol anunciou que Edina Alves Batista, árbitra brasileira de 40 anos, irá liderar um dos trios de arbitragem responsável por apitar as partidas da principal competição de clubes do mundo.
Edina irá liderar o trio feminino, que também será composto pela brasileira Neuza Back e pela argentina Mariana de Almeida. A indicação da Fifa segue o exemplo dado na Copa do Mundo Sub-17, em 2017, quando a suíça Esther Staubli apitou um dos jogos da competição masculina, e no Mundial Sub-17, realizado no Brasil, em 2019, que teve a uruguaia Claudia Umpierrez no comando de duas partidas.
Árbitra da Federação Paulista de Futebol (FPF), Edina integra o quadro da Fifa desde 2016 e é presença constante nas partidas do Campeonato Brasileiro masculino. Ela também teve grande destaque quando apitou a semifinal da última Copa do Mundo feminina na França, em 2019, entre Inglaterra e Estados Unidos.
Ainda em 2019, após se tornar a segunda árbitra a apitar uma partida da Série A do Campeonato Brasileiro masculino, repetindo, após 14 anos, o feito de Silvia Regina de Oliveira, Edina chegou a dizer que seu grande sonho era “apitar um jogo masculino internacional”, algo que está prestes a se tornar realidade.
Assim, ela terá a oportunidade de se tornar a primeira mulher a arbitrar uma partida no Mundial de Clubes e a primeira brasileira a apitar um jogo masculino profissional de uma competição da Fifa. Mas apesar do sucesso na profissão e do reconhecimento conquistado no exterior, a árbitra de 40 anos teve que superar diversas barreiras até chegar ao auge.
Fazendo faculdade de Educação Física à noite e o curso para árbitros à tarde, no Paraná, Edina trabalhava enchendo sacos de terra em um viveiro para garantir seu sustento, iniciando suas atividades bem cedo.
“Estávamos programados para começar às 6h30, mas se quiséssemos ganhar um pouco mais, o patrão nos deixava chegar um pouco mais cedo”, disse em entrevista à Fifa. “Obviamente, era um trabalho de baixa remuneração. Então você tinha que encher muitos sacos para ganhar alguma coisa, e eu faria de tudo para conseguir o dinheiro de que precisava”.
Mais tarde, enquanto buscava sua afirmação como árbitra, ela sofreu um acidente de carro que quase colocou tudo a perder.
“Quase morri. Fiquei quatro dias na UTI. O futebol me inspirou a superar isso. Eu só conseguia pensar em arbitrar um jogo”, contou Edina, que após três meses retornou às atividades, contrariando as expectativas dos médicos.
Então, em 2019, Edina conseguiu ser transferida e integrar o quadro da Federação Paulista de Futebol. E foi aí que sua carreira começou a decolar. Ainda no mesmo ano, apitou a semifinal da Copa do Mundo Feminina, entre Inglaterra e Estados Unidos, quando foi eleita a quarta melhor árbitra do mundo pela IFFHS, a Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (International Federation of Football History and Statistics, em inglês).
Em 2020, a paranaense também foi escalada para arbitrar a decisão do Troféu do Interior, entre Red Bull Bragantino e Guarani. Agora, espera realizar seu sonho de apitar um jogo masculino internacional, e em grande estilo, no Mundial de Clubes da Fifa, que acontece entre os dias 1 e 11 de fevereiro de 2021.
por BeSoccer