Em evento da OMS, Queiroga reafirma compromisso do Brasil para eliminação da tuberculose

O Ministério da Saúde desenvolve ações para testagem e tratamento da doença

Atuberculose é um grave problema de saúde pública que, por séculos, permanece entre as doenças infecciosas que mais matam no mundo. Para revisar o progresso da Estratégia Global para o fim da doença, principalmente em meio à pandemia de Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou o evento “Impulso global para ampliar a prevenção de Tuberculose”, que contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Durante o evento, em que participou como painelista, o ministro reforçou a responsabilidade do Brasil em rastrear e tratar os casos no país. “Ainda há muito a ser feito para alcançarmos o fim da tuberculose. Ciente desse desafio, o Brasil reafirma seus compromissos e reforça as ações previstas para este ano e o próximo, ampliando a abrangência da vigilância da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB), com capacitações do Ministério da Saúde aos estados e municípios sobre rastreio, diagnóstico e tratamento”, disse o ministro.

O evento reuniu ministros da saúde de países que apresentam alta carga de tuberculose, doadores-chave e parceiros técnicos para contribuir com os painéis de discussão.

As discussões buscaram identificar ações urgentes necessárias para acelerar o avanço e traçar caminhos para que os compromissos da Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre Tuberculose, que ocorreu em setembro de 2018, sejam cumpridos. Naquele ano, o Brasil, junto aos demais Estados-Membros, assumiu a responsabilidade política para a eliminação de tuberculose como problema de saúde pública, até 2022. Desde então, o país segue avançando no fortalecimento das ações de prevenção e controle da doença.

AÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

A tuberculose tem cura quando o tratamento é realizado de forma adequada. Entre 2020 e 2021, cinco novas tecnologias para o diagnóstico e tratamento da tuberculose foram incorporadas ao Serviço Único de Saúde (SUS). Essas ferramentas representam um importante avanço para o cuidado dos pacientes, acelerando o diagnóstico e ampliando os esquemas terapêuticos.

O Ministério também submeteu à consulta pública a revisão do Plano Nacional pelo fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública, 2021-2025. Trata-se de um documento estratégico, operacional e específico que organiza os esforços para o controle da tuberculose, interligando ações nacionais e internacionais, em especial à Estratégia Global para o fim da doença.

“Nosso Plano Nacional prevê a ampliação da vigilância da ILTB, a incorporação de novas tecnologias para o seu rastreio e tratamento, e o financiamento de pesquisas, inclusive estudos sobre o desenvolvimento de vacinas”, explicou Queiroga nesta quarta-feira (16).

Desde 2018, o Ministério da Saúde realiza a vigilância das pessoas em tratamento da ILTB tuberculose por meio de um sistema de informação on-line, que atualmente conta com mais de 55 mil pessoas notificadas.

No âmbito de inovação e pesquisa, de 2018 até o presente momento, o governo brasileiro já realizou o financiamento de R$8 milhões em um estudo de fase 3 para validação de novas vacinas contra tuberculose, e R$3,5 milhões em estudos que envolvem melhorias no rastreio e tratamento da ILTB.

A TUBERCULOSE

A transmissão da doença acontece por meio de tosse, fala, espirro de uma pessoa infectada para um indivíduo suscetível. No entanto, a tuberculose não é transmitida por meio de objetos compartilhados. Os bacilos que ficam em roupas, lençóis e louças dificilmente se dispersam no ar e, por isso, não transmitem a doença.

O Ministério da Saúde recomenda que pessoas com tosse por mais de três semanas procurem uma unidade de saúde e façam exames. Os principais sintomas da tuberculose são:

  • Tosse por 3 semanas ou mais;
  • Febre vespertina;
  • Sudorese noturna;
  • Emagrecimento.

O diagnóstico da tuberculose é realizado por meio de três principais exames fornecidos pelo SUS: a baciloscopia; o teste rápido molecular para tuberculose; e a cultura para micobactéria. Esses exames são fundamentais para identificar a bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, que causa a doença. A tuberculose tem cura quando o tratamento é feito de forma adequada, até o final.

O tratamento é fundamental. Estima-se que em um ano uma pessoa contaminada com tuberculose, sem tratamento, possa infectar em média de 10 a 15 pessoas. Com o tratamento iniciado oportunamente e realizado de forma adequada, a pessoa com tuberculose deixa de transmitir entre 15 e 21 dias. O tratamento dura seis meses, e o acompanhamento até o final do sexto mês é fundamental para assegurar a cura.

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