Soberano, Isaquias Queiroz é campeão Olímpico na canoagem velocidade

Canoísta baiano conquista sua quarta medalha Olímpica ao dominar a prova do C1 1000m em Tóquio 2020 em 2021 e se consolida como um dos maiores atletas Olímpicos da história do país.

Em apenas duas edições dos Jogos Olímpicos, Isaquias Queiroz se tornou um dos atletas Olímpicos mais bem-sucedidos da história do Brasil. O canoísta conquistou neste sábado (7) o ouro na prova do C1 1000m da canoagem velocidade em Tóquio 2020 em 2021, com o tempo de 4:04.408, e agora possui quatro medalhas Olímpicas. A prata é do chinês LIU Hao e o bronze do moldavo Serghei Tarnovschi.

Apenas dois brasileiros venceram mais medalhas do que Isaquias, os velejadores Torben Grael e Robert Scheidt. Assim como o canoísta, o jogador de vôlei Serginho e o nadador Gustavo Borges subiram ao pódio quatro vezes. A diferença é que Isaquias atingiu este número em apenas duas edições dos Jogos Olímpicos. Na Rio 2016, ele foi prata no C2 1000m (com Erlon Souza), prata no C1 1000m e bronze no C1 200m, tornando-se o primeiro brasileiro a levar três medalhas em uma só edição.

“É a realização de um sonho, de um trabalho. Foi um trabalho longo pra chegar nesse pedaço de metal, que é a consagração de uma vida inteira. Larguei tudo na minha vida, amigos, minha cidade Ubaitaba. Minha esposa veio comigo. Você abandona tudo. Principalmente minha mãe que passou por muita coisa, e hoje ela vê o filho medalhista Olímpico. Não é para todos, é pra quem acredita no trabalho, na dedicação.”

– Isaquias Queiroz à TV Globo 

Atual campeão mundial do C1 1000m, Isaquias confirmou o favoritismo, dominando completamente a semifinal e a final. Liu tentou forçar na primeira metade da decisão, mas não conseguiu acompanhar a arrancada final do brasileiro, que colocou um barco de vantagem.

Já na semifinal, o maior algoz da carreira de Isaquias, o alemão Sebastian Brendel, não conseguiu a classificação para a final, indicando o quanto o nível da prova aumentou no último ciclo Olímpico.

Aliás, o ciclo Olímpico de Isaquias foi tudo menos tranquilo. Seu mentor, Jesús Morlan, faleceu após uma batalha contra o câncer. Uma das provas em que foi medalhista no Rio (C1 200m) foi excluída de Tóquio, e próximo aos Jogos seu parceiro de sete anos Erlon Souza foi cortado da equipe por uma lesão no fêmur. Jacky Godmann o substituiu, mas a dupla brasileira ficou em quarto no C2 1000m.

A verdade é que Isaquias sabe como ninguém como transformar os percalços em combustível. Nascido em Ubaitaba, na Bahia, já sobreviveu a um acidente que causou queimaduras quando criança, a um sequestro-relâmpago aos cinco anos e à perda de um rim após a queda de cima de uma árvore. Um ano antes da Rio 2016, o canoísta sofreu um acidente de carro no qual seu carro caiu em uma ribanceira.

“Eu vi a Rebeca (Andrade), a Ana Marcela (Cunha), o Italo (Ferreira) e eu queria esse pódio. ‘Tá faltando a minha’. A Bia Ferreira tá brigando, o Hebert. Queria também ter a honra de subir no lugar mais alto do pódio”, afirmou Isaquias. 

No Rio, três medalhas. Em Tóquio, o ouro. Daqui a três anos, em Paris 2024, Isaquias tentará fazer história mais uma vez.

Por olympics.com

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