Quem é e como pensa Magda Chambriard, indicada ao comando da Petrobras
Ex-chefe da ANP e ex-funcionária da estatal, engenheira defende exploração em novas áreas e papel social da petroleira
Na noite desta terça-feira (14), a Petrobras (PETR4) confirmou a indicação de Magda Maria de Regina Chambriard para os cargos de presidente da companhia e de membro do conselho de administração. Sua indicação foi oficializada logo após a demissão de Jean Paul Prates, seguida de um longo período de desgaste com os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.
Assim como Prates, Chambriard fez parte da equipe de transição de Lula para energia em 2022. Naquela época, ela já havia sido apontada como possível candidata ao cargo máximo da Petrobras.
Ex-diretora da ANP e ex-funcionária da Petrobras, onde trabalhou por 22 anos, Magda é hoje diretora da assessoria fiscal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e sócia da Chambriard Engenharia e Energia, que presta serviços de consultoria na área (veja sua trajetória profissional completa mais abaixo).
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Como pensa Magda Chambriard
Com 40 anos de experiência no setor de óleo e gás, Magda é defensora da necessidade de o Brasil explorar petróleo em novas áreas, incluindo a Margem Equatorial e a Bacia de Pelotas.
“O boom do pré-sal acabou. É hora de buscar novas fronteiras, para que o Brasil possa continuar produzindo petróleo”, disse ela à “Bloomberg” em uma entrevista em dezembro do ano passado.
Chambriard também é uma apoiadora de mais investimentos no refino de petróleo nacional e quer ver mais commodities processadas no Brasil, em vez de exportadas como matérias-primas.
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“Essa indústria deu certo no Brasil porque todos os legisladores, todo o Executivo, Federal, Municipal, Estadual, quis que desse certo.
Magda se coloca como defensora do papel social da Petrobras. Em entrevista à TV Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), concedida em 2021, ela referiu-se à petroleira como uma “via de mão dupla”.
“A sociedade não espera uma retribuição ipsis literis de tudo o que ela [Petrobras] fez, mas quer ter retorno, sim, do desenvolvimento proporcionado por essa indústria”.
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A consultora mencionou, como exemplo, o papel do transporte e energia no mercado de trabalho.
“Para cada emprego direto na indústria do petróleo, tínhamos 8,25 empregos entre indiretos e induzidos. Isso significa que toda vez que você agrega um emprego novo na indústria do petróleo, você gera outros quase 10 ao redor dessa região, porque a produção de energia primária do mundo ainda é 84% resultante do combustível fóssil, isso quer dizer petróleo, gás natural e carvão”, disse à Alerj.
Trajetória profissional
Magda sempre atuou na área de produção, onde acumulou conhecimentos sobre todas as áreas em produção no Brasil. Ela é engenheira e iniciou sua carreira na Petrobras em 1980, trabalhando na empresa por 22 anos, antes de passar para a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
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Magda Chambriard é mestre em Engenharia Química pela COPPE/UFRJ (1989) e Engenheira Civil pela UFRJ (1979).
Ela se especializou em engenharia de reservatórios e avaliação de formações e posteriormente em produção de petróleo e gás, na hoje denominada Universidade Petrobras.
Ela foi nomeada chefe da agência pela ex-presidente brasileira Dilma Rousseff em 2012 e ocupou o cargo até 2016. Iniciou na assessoria da diretoria de Exploração e Produção em 2002, quando atuava como consultora de negócios de E&P, na área de Novos Negócios de E&P da Petrobras.
Na ANP, logo após assumir a assessoria, incorporou também as superintendências de exploração e a de definição de blocos, com vistas a rodadas de licitação. Foi responsável pela implantação do Plano Plurianual de Geologia e Geofísica da ANP, que resultou na coleta de dados essenciais para o sucesso das licitações em bacias sedimentares de novas fronteiras.
Assumiu a Diretoria da ANP em 2008 e a Diretoria Geral em 2012, tendo liderado a criação da Superintendência de Segurança e Meio Ambiente, Superintendência de Tecnologia da Informação, os trabalhos relativos aos estudos e elaboração dos contratos e editais, além dos estudos técnicos que culminaram na primeira licitação do pré-sal, além das licitações tradicionais sob regime de concessão.