Ataques coordenados afetam trens de alta velocidade na França no dia da abertura dos Jogos de Paris

Trens ligam Paris a cidades francesas de outras regiões e países como Reino Unido e Bélgica. Empresa informou que manutenção é manual e não deu prazo para que operação seja normalizada.

Poucas horas antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, os trens de alta velocidade de Paris, que ligam a cidade a outras regiões da França e a outros países, foram alvo de um ataque, segundo as autoridades francesas. Apesar dos atrasos e cancelamentos na saída dos veículos, a abertura das Olimpíadas não deverá sofrer mudanças na programação, segundo a imprensa internacional.

O ataque aconteceu durante a madrugada. Houve roubo e incêndio de cabos de fibra óptica, que enviam informações sobre os trajetos dos trens para a segurança dos motoristas, de acordo com veículos internacionais. A estimativa é a de que mais de 800 mil pessoas estejam sendo afetadas pelos ataques (veja vídeo abaixo e mais fotos ao final da reportagem).

A ação fez com que as operações da maior parte dos Trens de Alta Velocidade, do sistema TGV (na sigla em francês), fossem paralisadas.

Ataques aos trens rápidos de Paris — Foto: Arte/g1

Ataques aos trens rápidos de Paris — Foto: Arte/g1

➡️Os TGVs ligam Paris a cidades de outras regiões da França e a outros países europeus. Como as viagens duram poucas horas, os ataques devem impactar quem se programou para viajar nesta sexta à capital francesa para acompanhar a abertura das Olimpíadas. Os principais alvos foram as estações das linhas que ligam Paris a cidades como Lille, no norte, Bordeaux, no oeste, e Estrasburgo, no leste.

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Ataques à rede de trens antes da abertura das olimpíadas de Paris

Linha entre Londres e Paris afetada

Uma das linhas afetadas é a da rede Eurostar, que liga Londres a Paris. A empresa que a administra a linha informou que um quarto dos serviços de sua rede devem ser cancelados entre esta sexta-feira e domingo (28) e pediu que passageiros adiem as viagens quando for possível. Também foram suspensos os trens da Bélgica para Paris.

Faltando menos de oito horas para a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, que está marcado para às 19h30 no território francês (14h30 no horário de Brasília), quem tentava chegar à cidade enfrentou atrasos e cancelamentos. As estações amanheceram com filas.

Em entrevista coletiva, o presidente-executivo da empresa pública francesa responsável pelo transporte ferroviário, a SNCF, Jean-Pierre Farandou, disse que não há um prazo para que o problema seja resolvido porque a manutenção é manual e precisa ser feita uma a uma, sendo necessário centenas de trabalhadores.

Nas redes sociais, a SNCF disse que está tentando normalizar o serviço, mas não deu um prazo para que os trens voltem a operar. No comunicado, a empresa chegou a pedir que as pessoas cancelassem as viagens

Cabo danificado em Courtalain, na França, após ataques à rede francesa de trens de alta velocidade horas antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris — Foto: Prefeitura de Vald'Yerre via Reuters

Cabo danificado em Courtalain, na França, após ataques à rede francesa de trens de alta velocidade horas antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris — Foto: Prefeitura de Vald’Yerre via Reuters

O que dizem as autoridades

As autoridades francesas chamaram o ataque de “ação criminosa” e disseram que estão investigando os responsáveis. Até o início desta manhã, ninguém havia sido preso.

O ministro dos Transportes, Patrice Vergriete, postou no X que “condena veementemente estes atos criminosos” e que trabalha para restaurar o tráfego.

“Atos coordenados atingiram várias linhas do TGV na noite passada e irão perturbar gravemente o tráfego até este fim de semana. Condeno veementemente estas ações criminosas”, postou.

A ministra dos Esportes, Amélie Oudéa-Casteram, condenou o ataque ao sistema ferroviário e afirmou que trabalha para garantir o transporte de delegações de atletas para os locais de competição. Em declarações à televisão BFM, ela disse que “jogar contra os Jogos é jogar contra a França”.

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