Pressionado, Ministro Pazuello alega problemas de saúde e pede para deixar ministério
Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro já entraram em contato com dois médicos cardiologistas cotados para assumir o Ministério da Saúde: Ludhmila Abrahão Hajjar e Marcelo Queiroga
O presidente Jair Bolsonaro vai trocar nos próximos dias o comando do Ministério da Saúde, hoje a cargo do general Eduardo Pazuello, segundo fontes do Planalto. De acordo com esses interlocutores do presidente, o atual ministro comunicou a Bolsonaro estar com problemas de saúde e que, por isso, precisará de mais tempo para se a reabilitar.
O pedido de afastamento coincide com o auge da pressão de deputados do Centrão, que pleiteiam mudança no comando da pasta sob pretexto de má gestão durante a pandemia.
Dois médicos cardiologistas são cotados para substituir Pazuello: Ludhmila Abrahão Hajjar, professora associada da USP, e o Paraibano Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
A mudança não ocorrerá por pressão de parlamentares, mas, segundo ele, por motivos de saúde de Pazuello.
Além de criticarem a gestão de Pazuello, principalmente por conta do atraso no cronograma de vacinação, deputados do Centrão disseram que, com a volta do ex-presidente Lula (PT) ao cenário eleitoral, o bloco, hoje na base de Bolsonaro, ganha força para pleitear mais espaços na administração pública.
Sem citar especificamente o Ministério da Saúde, esses parlamentares lembraram que o grupo integrou o governo do petista e, em 2022, servirá como fiel da balança na composição de forças políticas entre o atual presidente e o ex.
O Ministério da Saúde divulgou nota em que informou que “até o presente momento, o ministro Eduardo Pazzuelo segue à frente da pasta, com sua gestão empenhada nas ações de enfrentamento da pandemia no Brasil.”
Ludhmila é Especializada no tratamento de Covid-19, e chegou a ser cotada para assumir o ministério quando Luiz Henrique Mandetta (DEM-MT) deixou o comando da pasta.
Ela tratou o próprio Pazuello, quando ele foi infectado pelo coronavírus. Ela também atendeu os ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), e Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, além dos ex-presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Partidos do Centrão têm pressionado para a troca do ministro sob argumento de que a imagem de Pazuello está desgastada por conta das ações de combate à pandemia. Alegam ainda que o ministro apresentou números divergentes sobre a vacinação da população.
Em solenidade na quarta-feira no Palácio do Planalto, o ministro declarou formalmente ao Congresso que pretende distribuir 38 milhões de doses em março.
No dia 07/01/2021 o Ministro, disse que o Brasil tinha garantidos, para este ano, mais de 300 milhões de doses de vacinas contra a Covid.
já a Pfizer afirmou que a primeira oferta para o Brasil foi feita em agosto de 2020, para entregar setenta milhões de doses em dezembro, e que continua com processo regulatório na Anvisa e à disposição do Brasil.