Governador do Rio é afastado pelo STF
Corte também determinou a prisão de Pastor Everaldo, presidente do PSC
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, nesta sexta-feira (28), o afastamento imediato de Wilson Witzel (PSC) do cargo de governador do Rio de Janeiro. Segundo informações do portal G1, ele é suspeito de irregularidades na área da saúde.
Inicialmente, o afastamento é por 180 dias. O vice de Witzel, Cláudio Castro, também é investigado.
Na mesma decisão, assinada pelo ministro Benedito Gonçalves, o STJ expediu mandados de prisão contra o presidente do partido de Witzel, Pastor Everaldo, e Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do RJ. Agentes da Polícia Federal estão nas ruas para o cumprimento das ordens judiciais.
Há ainda mandados de busca e apreensão contra a primeira-dama, Helena Witzel, o presidente da Assembleia do RJ, André Ceciliano, e o desembargador Marcos Pinto da Cruz.
No total, são 17 mandados de prisão, sendo seis preventivas e 11 temporárias, e 72 de busca e apreensão. As ordens estão sendo cumpridas no Palácio das Laranjeiras, no Palácio Guanabara, na residência do vice-governador, na Assembleia Legislativa, além de outros endereços nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais e no Distrito Federal.
Também há busca e apreensão em um endereço no Uruguai, local onde estaria um dos investigados, cuja prisão preventiva foi decretada.
Em maio, Witzel foi alvo de operação da PF no âmbito da investigação sobre possíveis fraudes na construção de hospitais de campanha no Estado. À época, o governador negou participação nos desvios e sugeriu a interferência do presidente Jair Bolsonaro na ação.
Operação Tris in Idem
A operação desta sexta-feira, batizada de Tris in Idem, é desdobramento da Operação Placebo, que investiga corrupção em contratos públicos do Executivo fluminense. O nome da ofensiva é uma referência ao fato de se tratar do terceiro governador do Estado que se utiliza de esquemas ilícitos para obter vantagens indevidas.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, a partir da eleição de Witzel, estruturou-se no âmbito do governo uma organização criminosa, dividida em três grupos, que disputavam o poder mediante o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos. Liderados por empresários, os grupos lotearam algumas das principais pastas estaduais, como a Secretaria de Saúde, para implementar esquemas que beneficiassem suas empresas.
O que diz a defesa de Witzel
Ao jornal O Globo, o advogado de Wilson Witzel, Roberto Podval, afirmou que o “ministro Benedito desrespeita democracia, afasta o governador sem sequer ouvi-lo e veda o acesso aos autos para defesa. Não se esperava tais atitudes de um ministro do STJ em plena democracia”.
gauchazc