EUA pretende disponibilizar vacina contra o coronavírus já em outubro

Um dia depois de anunciar que não faz parte da iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) para garantir acesso global à vacina contra a covid-19, os Estados Unidos, através os Centros de Controle e Prevenção de Doenças notificaram as autoridades de saúde pública em todos os 50 estados e cinco grandes cidades para se prepararem para distribuir uma vacina coronavírus aos profissionais de saúde e outros grupos de alto risco no final de outubro ou início de novembro, antes das eleições que acontecerão em 3 de novembro.

foto: oliberal

O CCD observou em sua orientação que “doses limitadas de vacina Covid-19 podem estar disponíveis até o início de novembro de 2020”. Os documentos foram enviados no mesmo dia em que o Dr. Robert Redfield, diretor do CCD, enviou uma carta aos governadores pedindo-lhes para preparar os locais de distribuição de vacinas até 1º de novembro, como McClatchy relatou.

A agência também disse que seus planos ainda eram hipotéticos, observando: “O cenário vacinal Covid-19 está evoluindo e incerto, e esses cenários podem evoluir à medida que mais informações estão disponíveis”. Um porta-voz do CCD confirmou que os documentos foram enviados, mas se recusou a comentar mais.

Vários especialistas expressaram publicamente seu temor de que motivações políticas estejam por trás da vontade de abreviar o processo. “Não podemos tolerar nem aceitar de forma alguma uma autorização de emergência de uma vacina contra a covid-19 sem dados confiáveis sobre segurança e eficácia dos ensaios clínicos de fase 3”, disse no Twitter a virologista da Universidade Columbia (Nova York) Angela Rasmussen. “Apenas dois países aprovaram uma vacina antes de haver evidências claras de sua segurança e eficácia: Rússia e China.

A OMS DIZ: CADA PAÍS DECIDE SUA VACINAÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta segunda-feira para os riscos do uso de vacinas em emergências, mas deixou claro que cabe aos países tomarem as decisões a esse respeito. “O uso para emergências é algo que deve ser feito com muita cautela”, disse Soumya Swaminathan, cientista-chefa da organização, na entrevista coletiva de acompanhamento da pandemia. Ela frisou que “é a autoridade nacional encarregada do assunto quem tem o poder de tomar a decisão”.

Swaminathan enfatizou a importância da eficácia de uma hipotética vacina contra o vírus, como também da segurança. A aprovação para uso em emergências tem que se basear nos dados de eficácia e segurança, observou. “Cada país tem direito soberano de decidir a sua vacinação”, também insistiu Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, que acrescentou que quando se decide o uso em emergências “é preciso haver um monitoramento muito próximo”. Ryan recordou o sucesso da vacina em uso experimental na crise do Ebola. “É importante que os países sigam as diretrizes de seus órgãos reguladores nacionais”, afirmou.

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