Boomers x Geração Z: como diferentes gerações encaram a sexualidade
As relações sexuais e afetivas têm evoluído influenciadas por mudanças tecnológicas, sociais e culturais. Os Boomers (nascidos entre 1946 e 1964) cresceram em um contexto que valorizava o casamento e a estabilidade, enquanto a Geração Z (nascidos entre 1990 e 2010) prioriza liberdade, conexão e prazer.
Um estudo do aplicativo de encontros Gleeden, que ouviu 1.773 pessoas no Brasil, Argentina, Colômbia e México, revelou que 80% dos jovens com menos de 25 anos veem os relacionamentos como uma oportunidade de exploração e diversidade. Na Geração Z, 72% valorizam a liberdade sexual, e 61% destacam a importância da educação sexual e do consentimento. Um exemplo é A., de 27 anos, que fala sobre um relacionamento aberto em que ele e o parceiro exploram juntos.
Em contraste, 63% dos Boomers também reconhecem a importância da adaptação a mudanças, mas enfrentam desafios relacionados à estigmatização. H., um homem de 54 anos, critica a superficialidade nas relações contemporâneas, apontando para uma regressão em comparação com os relacionamentos mais profundos do passado.
A sexóloga Luciane Cabral observa que muitas das frustrações estão ligadas a estruturas machistas e conservadoras que limitaram o entendimento do prazer feminino. No entanto, novas leis estão proporcionando às gerações atuais a liberdade de explorar diferentes formas de sexualidade, levando a um maior interesse por seus desejos e prazeres.
Em relação ao futuro das relações, 32% dos entrevistados acreditam em uma mistura de vínculos, enquanto 21% preveem uma predominância da não monogamia. Silvia Rubies, do Gleeden, comenta que as dinâmicas das relações continuam a evoluir, refletindo as mudanças sociais e culturais e ressaltando a autonomia e a conexão como fundamentais na construção de vínculos afetivo-sexuais.