Em 15 anos, movimentação financeira anual do PCC passa de R$ 6 mi para R$ 1 bi
A movimentação financeira do PCC (Primeiro Comando da Capital) aumentou 160 vezes nos últimos 15 anos, segundo documentos apreendidos pela Polícia Civil e pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo), conta o colunista Josmar Jozino.
O UOL teve acesso a planilhas que mostram que, de setembro de 2004 a junho de 2005, a maior facção criminosa do país movimentou R$ 6,2 milhões. Entre 2018 e 2019, o valor subiu para cerca de R$ 1 bilhão.
O primeiro tesoureiro do PCC, Deivid Surur, 23, conhecido como DVD, foi preso em 22 de julho de 2005, na zona leste de São Paulo. Ele não usava computadores. Na operação, a polícia encontrou planilhas e anotações em cadernos escritos a mão.
Treze anos depois, em julho de 2018, Robson Sampaio de Lima, 37, o Tubarão, que era contador da facção, foi preso. Os investigadores notaram uma evolução —no notebook dele, havia centenas de planilhas com uma movimentação financeira maior e com os negócios mais estruturados. Com esses dados, a polícia acabou desmantelando um braço financeiro importante da organização.
O volume de dinheiro arrecadado cresceu tanto que o PCC comprou uma máquina para contar cédulas e passou a alugar casas com paredes falsas para esconder grana.