Governo planeja auxiliar os 5 mil trabalhadores da Ford
O Ministério da Economia já iniciou conversas para apoiar a recolocação dos 5 mil trabalhadores da Ford que vão perder o emprego com a saída da montadora do país. De acordo com reportagem do Estadão, uma das possibilidades é a criação de um programa específico para ajudar esse grupo de trabalhadores altamente qualificados, já que há outras indústrias que podem aproveitar esses trabalhadores que já estão treinados. GM, Fiat e Honda são apontadas como alternativas.
Apesar de a Ford ter sinalizado no início do governo Bolsonaro que deixaria o País, a equipe econômica acabou sendo surpreendida com o fechamento da fábrica de Camaçari (Bahia), considerada moderna e que recebeu investimentos recentes. A expectativa é que alguma das montadoras que estão investindo no Brasil possa adquirir as instalações e equipamentos dessa unidade.
Na análise do governo, a empresa não conseguiu esperar um cenário mais favorável e decidiu fechar a produção no Brasil depois de uma análise do portfólio global da fábrica.
Setor automotivo teve quase R$ 44 bilhões em incentivos na última década
O anúncio da saída do País da Ford acabou colocando em debate a concessão de bilhões de incentivos tributários para a indústria automobilística. Dados do Ministério da Economia apontam que os incentivos tributários para os fabricantes de automóveis atingiram R$ 43,7 bilhões entre 2010 e 2020. Até 2017, os incentivos contabilizados -R$ 25,24 bilhões – correspondem à base efetiva apurada. Nos três anos seguintes – 2018, 2019 e 2020 – os dados são projeções.
Além dos incentivos dos tributos federais, as empresas contam com benefícios dados pelos Estados, que não entraram na conta do Ministério da Economia.
A indústria automobilística sempre teve forte poder de pressão em Brasília para concessão de incentivos com a justificativa de serem grandes empregadoras.